Rita Ornellas
Rita Ornellas tem 25 anos e é do Porto. Licenciou-se Som e Imagem pela Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa e concluiu o Mestrado em Fotografia, em 2021. Escreveu, realizou e co-produziu a sua primeira curta-metragem “JOHN”, que estreou em festivais em 2018. Foi vencedor do Prémio do Público no C(H)orta 2018 e do Prémio do Júri no Porto Femme - International Film Festival 2019. Foi também, entre outros, Selecção Oficial na Competição de Cinema Novo no Porto/Post/Doc 2018 e no MIFEC 2019. O filme teve estreia em televisão em 2020 no Cinemax Curtas na RTP2, e foi também exibido no Canal Q. Actualmente vive em Barcelona, onde trabalha como Fashion Producer. Pretende continuar na área da moda e explorar em paralelo a fotografia editorial e autoral.
O que faria com 10 mil euros?
O montante deste prémio permitir-me-ia continuar a desenvolver o meu projeto fotográfico Dissected Beauty, cuja teórica desenvolvi em tempos de Covid. Comecei a escrever a minha tese com base no projeto, o que fez com que todo esta série fotográfica ganhasse outra dimensão estético-teórica que não tinha sido pensada. O dinheiro possibilitava-me expandir esta série fotográfica para outros países e culturas, cobrindo também o custo de montar uma exposição final (desde revelações, prints, molduras e custos de produção.). Dissected Beauty surge como uma honesta extensão da minha identidade enquanto mulher, com o intuito de analisar e estabelecer um paralelismo e analogia com o meu trabalho enquanto fotógrafa. Materializar e imortalizar uma temática tão transversal a todo o ser humano, pareceu-me um ato capaz de cumprir o propósito e legado de quem fotografa – olhar em redor e registá-lo, redescobri-lo e olhá-lo como não o havia feito. Decidi desconstruir e dessecar a temática da beleza e o que esta acarreta, recorrendo aos salões de beleza perto da minha zona geográfica, o que rapidamente se afigurou como uma meditação e reflexão sobre estes processos quando uma manicure, uma pedicure, uma coloração ou depilação desprendem-se do rótulo de frivolidade e se agigantam enquanto metamorfose e transmutação num ideal. O que falta agora é elevar este projeto ao nível seguinte, onde possa fotografar outras mulheres, outras culturas e outros processos, o que me permitirá fazer deste projeto um retrato universal das mulheres com quem nos cruzamos todos os dias.